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Tendências tecnológicas para a indústria de data centers para 2025



Abstract

O mercado de data centers na América Latina está passando por transformações significativas, impulsionadas por diversas tendências tecnológicas que devem moldar o cenário em 2025. Com um tamanho de mercado estimado em 5,14 bilhões de dólares em 2024, projetado para crescer para 7,81 bilhões até 2029, a indústria de data centers da região está preparada para uma rápida expansão. Tecnologias avançadas como data centers definidos por software, Internet das Coisas (IoT) e soluções aprimoradas de recuperação de desastres estão alimentando essa crescente demanda.[2]

O aumento da adoção de tecnologias e serviços móveis também tem tido um impacto econômico substancial. Em 2020, as tecnologias móveis representaram 7,1% do PIB da América Latina, contribuindo com mais de 340 bilhões de dólares em valor econômico e sustentando mais de 1,6 milhão de empregos. Até 2025, espera-se que a contribuição econômica cresça mais de 30 bilhões de dólares, impulsionada pela maior produtividade e eficiência proporcionadas pelos serviços móveis.[3]

A computação de borda (edge computing) é outra tendência crítica, especialmente estimulada pela implementação de redes 5G. Esse avanço tecnológico exigirá mais investimentos em data centers de borda, que proporcionam processamento de dados mais rápido ao posicionar servidores mais próximos dos usuários finais. A instalação de cabos submarinos, como o Caribbean Express (CX cable) e o Firmina cable, também aumentará a conectividade na região.[5] A crescente importância da sustentabilidade está remodelando a infraestrutura de data centers na América Latina. Preocupações ambientais, particularmente em relação ao uso de água para sistemas de resfriamento, estão levando gigantes da tecnologia, como Google e Amazon, a buscar soluções mais sustentáveis[31]. Essa mudança provavelmente impulsiona a inovação em tecnologias de resfriamento e práticas de eficiência energética.

O segmento de colocation (compartilhamento de infraestrutura) está prosperando, formando uma parte crucial da estratégia de transformação digital que impacta diretamente o PIB da região. Investimentos em soluções de computação em nuvem são significativos, com projeções indicando um crescimento substancial nesta área.[32] Estratégias de multi-cloud também estão se tornando prevalentes, com empresas utilizando múltiplos serviços de nuvem para atender a diferentes cargas de trabalho de aplicativos e bancos de dados empresariais.[33] Além disso, o investimento institucional continua a impulsionar o setor de data centers, destacando a importância da infraestrutura digital em garantir conectividade confiável para negócios e comunicação.[1] Empresas como Ascenty, Equinix e Scala Data Centers estão fazendo contribuições significativas para o mercado por meio de expansões e aquisições.[5]


Leia o artigo completo abaixo:

Futuro dos Data Centers na América Latina em 2025

O cenário dos data centers na América Latina está prestes a passar por uma transformação significativa até 2025, influenciado por diversos fatores dinâmicos. Uma das tendências mais notáveis é o avanço da inteligência artificial (IA), que deve impulsionar substanciais melhorias nas operações de data centers em toda a região.[6][34]


O ambiente político e econômico tem sido turbulento, com empresas enfrentando incertezas macroeconômicas, altas taxas de juros e mudanças nos cenários regulatórios. Essa turbulência continuará a influenciar as estratégias de infraestrutura e operações dos data centers. Com a conclusão das eleições de 2024 na América Latina e a recente eleição presidencial nos Estados Unidos, os resultados trouxeram tantas perguntas quanto respostas sobre o futuro do setor. Essas mudanças políticas podem ter consequências significativas para as operações e regulamentações dos data centers na região.[6][34] As empresas precisarão se adaptar a essas mudanças e, ao mesmo tempo, aproveitar as tendências emergentes para navegar neste ambiente em constante evolução. Além disso, o foco na Venezuela ressalta as aspirações regionais mais amplas por estabilidade democrática e regulatória, o que pode desempenhar um papel crucial na formação do futuro da indústria de data centers. À medida que as empresas em toda a América Latina buscam traçar um caminho nesse ambiente complexo, elas devem ser ágeis e inovadoras em sua abordagem para aproveitar os avanços tecnológicos e manter a competitividade no mercado global.[6][34]


Mudanças Regulatórias

As mudanças regulatórias na América Latina devem impactar significativamente o desenvolvimento e a operação de data centers nos próximos anos. Com a transformação digital acelerada na região, cresce o foco no consumo de energia e no impacto ambiental dos data centers. A Agência Internacional de Energia (IEA) destaca que melhorias na eficiência energética têm ajudado a moderar o crescimento da demanda por energia em data centers, que representam entre 1% e 1,5% do consumo global de eletricidade.[7][8] Em resposta a esses desafios, estão surgindo novas regulamentações no setor, com o objetivo de melhorar a eficiência energética, gerenciar o consumo de energia e reduzir o impacto ambiental, movendo-se em direção a operações mais sustentáveis.[7][8]


Além disso, a prolongada seca na América do Sul levou grandes empresas de tecnologia, como Google e Amazon, a reconsiderar seus planos de data centers dependentes de água, direcionando-se para soluções mais sustentáveis.[9] Essa mudança está remodelando a infraestrutura de dados na região, uma vez que os sistemas de resfriamento de data centers, que dependem fortemente de água para regular o calor, estão sob escrutínios.[9] O crescimento dos data centers na América Latina, impulsionado pelo aumento da transformação digital e pela maior penetração da internet, é favorecido por políticas governamentais e investimentos tanto de gigantes globais da tecnologia quanto de empresas locais. Países como Brasil, México e Chile estão se tornando pólos estratégicos devido às suas localizações e infraestrutura robusta.[10] A integração de fontes de energia renovável também é um fator crítico, abordando tanto a eficiência operacional quanto o impacto ambiental.[10] Os marcos regulatórios estão evoluindo, exigindo que os operadores de data centers implementem novos processos para atender às metas de sustentabilidade. Por exemplo, a Diretriz de Eficiência Energética revisada da União Europeia (EED) exige que os proprietários e operadores de data centers relatem anualmente dados sobre o uso de energia e água, uma prática que pode influenciar futuras regulamentações na América Latina.[12] O dinâmico cenário político e econômico da região, incluindo eleições recentes, continua a moldar o ambiente regulatório, adicionando camadas de complexidade para as empresas que operam no setor.[13] Esses desenvolvimentos ressaltam a importância de se adaptar às novas regulamentações e de focar no crescimento sustentável dos data centers na América Latina.


Principais Players da Indústria de Data Centers

O mercado de data centers na América Latina está em rápido crescimento, com projeções indicando investimentos que podem alcançar USD 8,81 bilhões até 2028. [14] Diversos players importantes estão dominando o setor, incluindo Ascenty, Equinix, HostDime, ODATA, Quantico, Scala Data Centers, Telmex, EdgeConneX, Ava Telecom e Tigo Business.[15] Esses provedores de serviços de colocation são grandes contribuintes para a expansão do mercado e estão continuamente inovando para atender à crescente demanda por serviços de dados.



Um dos destaques na região é a adoção de estratégias multi-cloud, que tem impulsionado inovações no design de racks, aumento da densidade de energia e soluções de UPS mais eficientes.[14] Além disso, a expansão da cobertura 5G deve atrair mais investimentos em data centers de borda, melhorando a conectividade e as capacidades de processamento de dados em toda a América Latina.[15] A indústria também está presenciando fusões e aquisições substanciais, que estão transformando o cenário do mercado. Por exemplo, em 2022, a Equinix adquiriu quatro data centers da Entel no Chile e no Peru, enquanto a Aligned anunciou um acordo para adquirir a ODATA, marcando sua entrada no mercado latino-americano.[15] Esses movimentos estratégicos provavelmente fortalecerão as posições dessas empresas e impulsionarão ainda mais o crescimento e a inovação na região. À medida que os cenários políticos e econômicos na América Latina evoluem, esses players principais terão de enfrentar desafios como tensões políticas, incertezas macroeconômicas e mudanças nos ambientes regulatórios. O resultado de eleições, tanto na região quanto em mercados-chave como os Estados Unidos, pode ter implicações significativas para a indústria de data centers na América Latina como dito antes.[16]


Avanços Tecnológicos

Os avanços tecnológicos em data centers na América Latina estão prontos para impulsionar um crescimento e inovação significativos até 2025. O mercado de construção de data centers na região deve crescer de USD 5,14 bilhões em 2024 para USD 7,81 bilhões até 2029, refletindo uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de mais de 8,71% durante o período.[17] Esse crescimento é impulsionado pela crescente transformação digital, penetração da Internet e adoção de tecnologias avançadas, como data centers definidos por software (SDDC), Internet das Coisas (IoT) e soluções de recuperação de desastres.[18] Os data centers definidos por software estão se tornando a base dessa evolução tecnológica. Globalmente, o mercado de SDDC foi avaliado em USD 39,4 bilhões em 2021, com uma taxa de crescimento esperada de 17,3%. Esse mesmo padrão está sendo observado na América Latina, onde a demanda por soluções de data centers escaláveis, eficientes e seguras está aumentando. Entre os avanços tecnológicos esperados estão maior virtualização e hiperconvergência, que permitem melhor utilização de recursos e capacidades de processamento em tempo real.[21] Tanto gigantes globais da tecnologia quanto empresas locais estão investindo massivamente nessas regiões para melhorar os serviços de nuvem, armazenamento de dados e capacidades de processamento. Esse investimento também está impulsionando a integração de fontes de energia renovável para operar essas instalações de forma sustentável, abordando tanto a eficiência operacional quanto o impacto ambiental.[19] A busca pela sustentabilidade é outro ponto crítico. Os data centers estão sendo cada vez mais alimentados por fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e hidrelétrica. Grandes empresas de tecnologia se comprometeram a operar seus data centers com 100% de energia renovável, destacando o compromisso da indústria em reduzir sua pegada ambiental.[20] Esse foco na sustentabilidade é essencial, uma vez que as necessidades de energia para suportar aplicativos de IA continuam a crescer. Até 2025, a demanda de energia para data centers impulsionada pela IA deve aumentar 160%, exigindo um equilíbrio entre cargas computacionais de alta densidade e compromissos ambientais.[22]


 Soluções de Recuperação de Desastres

As soluções de recuperação de desastres para data centers na América Latina estão evoluindo rapidamente para enfrentar a crescente complexidade e criticidade da infraestrutura digital. Um dos principais fatores que impulsionam essa evolução é a adoção de tecnologias avançadas, como data centers definidos por software (SDDC) e a Internet das Coisas (IoT), que são essenciais para construir estruturas de recuperação robustas e resilientes.[23] Além disso, à medida que a região enfrenta desafios ambientais, como secas prolongadas, há um esforço significativo em direção a práticas sustentáveis nos data centers. Empresas como Google e Amazon estão reconsiderando seus sistemas de refrigeração dependentes de água, cruciais para a recuperação de desastres, optando por tecnologias mais sustentáveis e menos intensivas no uso de água.[24] Essa mudança busca não apenas mitigar impactos ambientais, mas também garantir continuidade e confiabilidade em condições adversas. Além dos avanços tecnológicos, cresce o foco em fontes de energia renovável para alimentar os data centers. Iniciativas como o acordo entre a Scala Data Centers e a Serena para o uso de energia eólica da Bahia demonstram um compromisso com a sustentabilidade e a resiliência energética, elementos críticos das soluções modernas de recuperação de desastres.[25] Ademais, o cenário de recuperação de desastres também está sendo moldado por estruturas regulatórias. Governos em todo o mundo, incluindo os da América Latina, estão introduzindo regulações para melhorar a sustentabilidade e a resiliência dos data centers. Essas regulações obrigam os operadores de data centers a adotarem novos processos e procedimentos para cumprir exigências de relatórios de uso de energia e água, fortalecendo, de forma indireta, as capacidades de recuperação de desastres.[28] Como essas tendências indicam, o futuro da recuperação de desastres para data centers na América Latina até 2025 será caracterizado por uma combinação de tecnologias de ponta, práticas sustentáveis e conformidade regulatória rigorosa, garantindo uma infraestrutura digital mais resiliente e capaz de enfrentar diversos desafios.[26][27]


Influência dos Fatores Políticos e Econômicos

Impacto das Tensões Políticas sobre os Investimentos As incertezas políticas e econômicas na América Latina têm implicações consideráveis nas estratégias de investimento e expansão dos operadores de data centers na região. Em 2023, o cenário político passou por grandes turbulências, como a insurreição armada na capital do Brasil e as greves nacionais na Argentina, destacando a volatilidade enfrentada pelas empresas.[39] Além disso, países como a Venezuela continuam em evidência devido aos desafios democráticos contínuos e à instabilidade macroeconômica, o que complica ainda mais as decisões de investimento.[35] Apesar desses desafios, a região continua a registrar crescimento em seu setor de data centers, impulsionado pela crescente transformação digital e pela penetração da internet.[36] No entanto, as tensões políticas e as incertezas econômicas exigem um planejamento cauteloso e estratégico para os investidores. O contexto histórico da "Década Perdida" da América Latina e a adoção subsequente de leis de investimento orientadas para o mercado demonstram um esforço concentrado para criar ambientes estáveis que atraiam capital global.[37] Essa abordagem tem promovido uma base para a eficiência do setor público e estabilidade dos investimentos, fatores cruciais para o crescimento dos data centers. A polarização ideológica e a insatisfação generalizada registrada em vários países latino-americanos ressaltam ainda mais os riscos potenciais para as democracias e o clima de investimentos.[38] Os operadores de data centers precisam navegar por essas dinâmicas complexas, equilibrando as oportunidades apresentadas pela transformação digital com as incertezas do cenário político. Ao integrar fontes de energia renováveis e focar na sustentabilidade, os operadores podem atender tanto à eficiência operacional quanto ao impacto ambiental, fortalecendo seu apelo, apesar dos desafios inerentes à região.[36]

Incertezas Econômicas e Estratégias de Expansão

O mercado de data centers na América Latina é um dos setores de crescimento mais rápido da região, impulsionado pela demanda de governos, empresas, universidades e diversas organizações.[40] Apesar das incertezas econômicas e tensões políticas que podem afetar o clima de investimentos, o mercado continua a apresentar um crescimento robusto. De acordo com a Research and Markets, os investimentos em data centers na América Latina devem ter uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 7,13%. [40] O Brasil continua sendo o líder nesse setor, mas outros países, como México, Colômbia e Chile, estão emergindo rapidamente, especialmente nos últimos anos.[40] México e Brasil possuem o maior número de data centers, com 154 e 150, respectivamente, de acordo com dados do Statista. Numerosos novos projetos também estão em andamento nesses países, sugerindo um forte impulso para o mercado.[40] À medida que os operadores navegam pelas incertezas econômicas, as estratégias provavelmente incluirão uma abordagem cautelosa para a expansão, focando em mercados com ambientes políticos e econômicos estáveis. A diversificação dos investimentos em diferentes países também pode servir como uma proteção contra interrupções econômicas localizadas. Diante desses desafios, a perspectiva geral para o mercado de data centers na América Latina permanece positiva, indicando crescimento sustentado e oportunidades de expansão, apesar dos possíveis obstáculos econômicos e políticos.[40]




Thais Mendes – Diretora de Estratégia da Mendes Holler Engenharia Fontes: [1]:  Global Data Center Trends 2024 - CBRE

[24]:https://latinamericanpost.com/science-technology/drought-forces-big-tech-to-rethink-data-centers-in-latin-america/ [25]: https://scaladatacenters.com/en/scala-data-centers-and-serena-announce-the-largest-renewable-energy-partnership-in-latin-americas-data-center-industry/ [27]https://www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=IDC_P46721 [28]:  https://www.datacenterknowledge.com/regulations/data-center-regulation-trends-to-watch-in-2025 [29]:https://datacenterhawk.com/resources/hawktalks/driving-innovation-and-efficiency-the-future-of-data-centers-in-latin-america [30]https://www.cbre.com/insights/reports/global-data-center-trends-2024 [31]:https://latinamericanpost.com/science-technology/drought-forces-big-tech-to-rethink-data-centers-in-latin-america/ [32]:https://www.vertiv.com/en-latam/about/news-and-insights/articles/blog-posts/150-colocation-data-centers-enable-the-latin-america-digital-economy-in-2021/

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